centenario

Nota de Fecho

Lida por Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP

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Nota de Fecho

Camaradas e amigos

Chegou ao fim o seminário “Centenário da Revolução de Outubro. Socialismo: exigência da actualidade e do futuro”. Uma iniciativa que muito valorizamos e que se insere e contribui para a vasta programação que o Partido Comunista Português está a concretizar em torno das comemorações deste centenário.

Uma iniciativa que contou com a valiosa contribuição e reflexão de vários camaradas e amigos, aos quais desde já agradecemos, sobre múltiplos e diversificados aspectos que se colocam não só na avaliação histórica desse acontecimento maior na luta dos trabalhadores e dos povos, mas sobretudo, na sua projecção futura, no caminho da libertação da humanidade de todas as formas de opressão e exploração, no caminho da construção do socialismo e do comunismo em Portugal e no mundo.

Conforme ficou bem patente ao longo deste dia, para nós comunistas, comemorar a Revolução de Outubro é afirmá-la como a realização mais avançada no processo histórico da emancipação da humanidade, é denunciar a natureza do capitalismo e a necessidade e possibilidade da sua superação revolucionária pelo socialismo e o comunismo.

É sublinhar o papel da classe operária, dos trabalhadores e dos povos no processo de transformação social e que está nas suas mãos, na força que resulta da sua unidade, organização e luta, o êxito da resistência à actual ofensiva do capital e a certeza de novos avanços progressistas e revolucionários.

Por aqui passaram as extraordinárias conquistas e realizações políticas, económicas, culturais, sociais, científicas, tecnológicas e civilizacionais do socialismo na URSS e o seu inapagável contributo ao longo do século XX, para o avanço da luta libertadora dos povos – incluindo e nunca será demais lembrar a, derrota do nazi-fascismo e dos seus hediondos objectivos, práticas e crimes. Êxitos e conquistas que tiveram desde logo o mérito de “navegar por caminhos nunca dantes navegados” e que constituem valiosos ensinamentos para a luta de hoje e de sempre.

Ensinamentos que não ignoram também os erros, os desvios e deformações, que conduziram à destruição  da URSS e às derrotas do socialismo nos países do Leste da Europa.

Ensinamentos que nos alertam também para o facto da construção do socialismo ser mais complexa, mais acidentada e mais demorada do que aquela que se chegou a prever e exigem a participação activa e criadora das massas.  

Na reflexão que este seminário suscitou, ficou claro que a Revolução de Outubro e a nova sociedade que dela resultou legou  importantes conquistas, experiências e ensinamentos que enriquecem e animam a nossa luta e que não devem ser tratados como peça de museu, como acontecimentos datados, fixos, parados na história, mas antes como um valioso património que se reflecte e actualiza na prática revolucionária do nosso tempo e se projecta para o futuro.

Ensinamentos de iniludível significado para todos quantos aspiram a uma sociedade sem exploradores nem explorados, para todos os democratas e patriotas, para todos os progressistas e revolucionários do mundo, para todos os amantes da paz e sobretudo, para os comunistas e o seu partido, cujo papel de vanguarda a revolução de Outubro, confirmou designadamente a partir do valioso contributo de Lénine para o desenvolvimento da teoria científica, do marxismo-lenismo, enquanto instrumento de análise e transformação da realidade.

A gigantesca ofensiva ideológica - que aqui também foi denunciada - e que, na base da falsificação histórica, da mentira e da calúnia, procura promover a descrença entre as massas e apagar do seu horizonte a possibilidade de um mundo novo, só confirma o facto do capitalismo se confrontar hoje com a sua incapacidade de dar resposta aos grandes problemas da humanidade e a sua responsabilidade no seu perigoso agravamento.

O objectivo do socialismo emerge assim, perante milhares de milhões de seres humanos, perante a multiplicidade de nações e povos, uma possibilidade real à qual, cada povo chegará a partir da sua realidade concreta, da sua história e cultura, e seguramente por diferentes caminhos e etapas. E também esse aspecto foi sublinhado no decorrer dos nossos trabalhos.

Camaradas e amigos

A abordagem, a reflexão, os questionamentos, as análises, as lições que Revolução de Outubro nos dá, e que o debate aqui travado evidenciou, são de uma enorme utilidade para a intervenção presente e futura do Partido Comunista Português.

É a própria natureza do capitalismo, é a própria realidade de um mundo cada vez mais injusto, desigual e perigoso, como se evidencia na sua crise estrutural e nas suas insanáveis contradições, que transporta consigo a semente de novas formas de organização social, política e económica e que colocam como exigência de enorme actualidade o socialismo como alternativa.

É esse o caminho que o PCP tem vindo a trilhar nos seus 96 anos de luta. Atento à realidade examinando as transformações e mudanças que se verificam na sociedade portuguesa e no mundo, estudando os novos fenómenos e avaliando as suas causas e consequências, o PCP define como etapa actual da luta pelo socialismo em Portugal, a luta por Democracia Avançada, inspirada nos valores de Abril, uma democracia simultâneamente política, económica, social e cultural e que tem no exercício da soberania um elemento central.

Seguros de que este nosso seminário, a par das largas dezenas de iniciativas promovidas e que continuaremos a promover nos próximos meses em torno deste tema, criarão melhores condições para as lutas do presente e do futuro, dou por encerrada esta nossa iniciativa sublinhando o quão justos e invencíveis sãos os ideais pelos quais nos batemos.

Viva a Revolução de Outubro

Viva o PCP